4 de abr. de 2012

Porque Negócios Fracassam

Preguiça. Empreendedorismo não combina com aversão ao trabalho, morosidade ou lentidão. Não compreendo como algumas pessoas pretendem construir um negócio com a mais absoluta falta de ação. Tem empresário que fica esperando a oportunidade cair no colo ou o milagre se realizar a qualquer momento. Esses tipos pensam assim: se der certo, eu vou pra frente; se não der certo, eu não perdi meu tempo. Como se fosse possível um negócio dar certo sem o envolvimento integral do seu líder.

Desorganização. “Organização” é uma palavra comumente utilizada como sinônimo de “empresa”. O próprio dicionário registra: associação ou instituição com objetivos definidos. Os cursos de Administração ensinam técnicas e ferramentas para se estruturar um negócio – sem dúvida, todas da maior importância. Eu me refiro à organização que qualquer criança de sete ou oito anos, por exemplo, tem que ter com seu material e atividades escolares. Guardar as coisas no lugar certo; verificar e registrar assiduamente as tarefas em uma agenda; preparar com antecedência materiais que precisará no futuro; fazer “trabalhos” em grupo. Todavia, empresários sem a menor noção de organização básica, é muito comum. Desorganizado, esse tipo de empreendedor deixa escapar informações importantes, toma decisões sem fundamentação, perde-se no dia-a-dia em atividades de menor importância.

Imprevisão. Qualquer literatura básica sobre empreendedorismo define o planejamento como uma das mais importantes atividades que um empresário deve executar. O “planejamento estratégico”, denominação pomposa, é considerado como um dos principais fatores de sucesso de uma organização. Porém, mais uma vez, não estou me referindo aqui a esse tipo de atividade estruturada, e até certo ponto sofisticada. Falo da mais simples capacidade de pensar no futuro. Algo que, creio eu, até o homem das cavernas fazia quando a fome apertava e ele tinha que pensar sobre como obteria sua próxima refeição. Como é possível, então, que alguns empresários simplesmente gerenciem seus negócios ao sabor dos ventos do mercado? Conheço empresas que estão completamente à deriva; que não sabem sequer como será o dia de amanhã. Planejar não é acessar uma bola de cristal e antever o futuro. Por outro lado, fazer previsões é muito mais simples do que se possa imaginar. Não interessa se o alvo será acertado; porém é bom que se saiba o que fazer no caso do “dardo” cair no chão.

Agir, organizar e pensar antecipadamente. Ninguém precisa fazer uma faculdade para “aprender” a fazer essas coisas. Embora, de fato, existam cursos que possam ajudar a desenvolver essas atitudes. Comportamentos podem ser treinados, aperfeiçoados e modificados.

O primeiro passo é fazer um auto-diagnóstico:

1)     Estou tomando as iniciativas necessárias?

2)     Sei onde encontrar as informações que preciso para tomar decisões?

3)     Já defini onde quero estar e o que quero ser daqui a um ano, cinco anos e trinta anos?


Porém, muito cuidado. É mais comum do que se possa imaginar, que aquele empresário que fracassa responda positivamente a todas essas questões. Tem muita gente que se engana e vive numa redoma de fantasias acerca de sua própria capacidade.

Se você se percebe nesse tipo, um consolo: após 3,7 fracassos (é o que diz essa impressionante estatística), aumentam suas chances de sucesso. Parece mesmo que alguns só aprendem levando “pancada”. Fazer o que?

 Carlos Von Sohsten - Consultor Orientação Empresarial - SEBRAE/RN
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